Audiência pública promovida pela Câmara debate concessão da BR-459
A concessão da Rodovia Juscelino Kubitschek de Oliveira (BR-459) à iniciativa privada foi tema de audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí na noite da última sexta-feira (16). A discussão teve mais de 100 participantes, de várias cidades sul-mineiras, que lotaram o auditório da Incubadora Municipal de Empresas Dona Sinhá Moreira.
O encontro foi organizado pelos vereadores Marquinho Tatinha (PDT) e Duzinho (PDT), com a presença de mais cinco parlamentares santa-ritenses: Reinaldo Galinho (Cidadania), presidente da Casa, Dionísio (União Brasil), Messias (PSDB), Prof.ª Fabiana Salgado (Avante) e Toninho Costa (PSD). Também compareceram os prefeitos de Santa Rita do Sapucaí, Prof. Wander Wilson Chaves (União Brasil), e de Cachoeira de Minas, Dirceu D’Angelo de Faria (União Brasil), além do deputado estadual Dr. Maurício (Novo) e vereadores de outros municípios.
Falando em nome da concessionária EPR Sul de Minas, a diretora executiva Erica Kawatake apresentou os serviços e planos da empresa para a região. O lote sul-mineiro a ser explorado pela EPR, de 454,3 quilômetros, compreende a BR-459 e trechos das rodovias estaduais MG-173, MG-290, MG-295, MG-455, MG-459, CMG-146 e LMG-877. Detalhes da concessão foram expostos, ainda, pelo representante do Governo de Minas Gerais na reunião, o superintendente de Logística de Transportes da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Vitor Beux Martins.
A diretora da EPR e o superintendente da Seinfra ouviram e responderam dúvidas e críticas de cidadãos de Santa Rita do Sapucaí, Itajubá, Piranguinho, Cachoeira de Minas e Brazópolis. Um dos itens mais questionados foi o valor da tarifa já definida para ser cobrada na praça de pedágio em construção entre Santa Rita e Pouso Alegre: R$ 8,32. Outro motivo de insatisfação dos participantes da audiência pública é a falta de previsão contratual de obras de duplicação da Rodovia JK. O contrato de concessão foi assinado em novembro de 2022 para um período de 30 anos.
Líderes de diferentes setores da comunidade santa-ritense manifestaram preocupação com os impactos negativos da privatização da BR-459 na economia do Vale da Eletrônica. Oradores da cidade anfitriã apresentaram exemplos de custos e prejuízos que já podem ser calculados para escoamento da produção industrial e agropecuária do município. Entre as possíveis alternativas e soluções, foram comentados o desconto progressivo da tarifa e a necessidade de rediscussão do modelo de concessão. Estão previstas novas reuniões com a concessionária e o Governo do Estado.